sexta-feira, 27 de junho de 2014

Cachê do Músico Católico

O direito daqueles que dão a vida com a voz e a música


Oi, Gente! Estou aqui mais uma vez com temas ainda mais importantes pra nós, músicos. E hoje o assunto é realmente este: o cachê do músico católico. Eu mesmo já perguntei pra muita gente mais experiente e mais rodada do que eu sobre este tema, mas agora eu me vejo um pouco mais apto pra poder falar sobre isto. Na minha pesquisa sobre o bendito "cachê do músico", percebi que:

1º - Nós valorizamos a música católica, mas não o músico católico. Uma coisa é bem diferente da outra, mas estão intimamente ligadas;
2º - Criamos "facções" (veladas ou explícitas) que apoiam só a determinados grupos de música na Igreja, e excluem outros. Ou ainda, somos anexados a facções já criadas, infelizmente.

Essas duas realidades acontecem em todo o Brasil, mas a falta de incentivo e de apreciação da música católica acaba corroendo por dentro tanto paróquias quanto comunidades. Bem, o fato é esse! Muitas vezes somos ignorados no nosso ministério. E isso também tem a ver com o cachê. O Padre Zezinho, SCJ fala sobre isso:

"Operário é digno de seu sustento (Mt 10,10). Também os cantores da fé. O debate é mais quanto ao preço que quanto a retribuição. Há quem ache exagerado determinado preço de show ou apresentação... Podem ter razão e podem estar sendo injustos... Para isso existem diálogo e negociação".

Quando um grupo, paróquia ou comunidade vai organizar um show ou apresentação, é bom levar em conta certas coisas antes de chamar uma banda ou cantor. A primeira coisa a ter ciência é de que cada grupo tem seu estilo, suas características e suas necessidades também, inclusive financeiras.

"O tempo costuma dar respostas que os opositores solicitam. Onde moram? Como moram? A quem ajudam? O que possuem? Como servem? Cobram antes? Aceitam receber depois? Precisam de adiantamento? De quanto? São flexíveis na negociação? Estão lá pra servir? É serviço ou autopromoção?"

Na minha opinião, é preciso conversar bastante (mas sem rodeios), e prestar atenção para não dizer por aí que tal grupo de música cobrou um absurdo por 2 horas de show, ou ainda que tal paróquia ou grupo é mal pagador ou "mão de vaca". Diálogo e compreensão é tudo nesta vida, e agindo com transparência de ambos os lados, todos ganham. Somos Igreja!

"Quem acha que é fácil montar um grupo de canto e pregação, não tem a menor ideia do que significam os ensaios, o cansaço, as críticas, a competição, o puxar de tapetes e as indiretas que se ouvem, quando quem veio ver ou contratou já tem seus ídolos e seu jeito de ser católico".

Eu acredito que os organizadores de eventos (que vão desde megashows até festas de padroeiro e quermesses) podem fazer perguntas para si mesmos, tais como: Eu conheço bem quem eu quero trazer pro meu evento? Quero trazer esta banda ou cantor pelo gosto do povo ou pelo gosto de alguns? Eu tenho disposição em acolher as propostas que serão feitas ou sou irredutível nas minhas convicções? Essa banda/artista ajuda a sustentar alguma obra ou comunidade com seus shows? Eu posso oferecer a estrutura que o músico me pede para sua apresentação?

"Há tantos para escolher... Não chame qualquer um, nem aceite qualquer proposta. Mas não nivele, porque isso também é injusto. Vinte anos de serviço não são seis meses!"

Acredito que o recado está dado. Que Deus nos ajude a sermos mais Igreja, e que valorizemos a música católica cada vez mais, em todas as suas vertentes e estilos!

Orlando Junior - Canção Nova