sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A coragem de se retirar

O testemunho de vida de Eliana Ribeiro



Olá, amigos!!
Eu gostei muito do "sinal de vida" que a Eliana Ribeiro deu na sua página do Facebook. Muita gente tá com saudade dela (eu também), da música, da oração, da pessoa da Eliana Ribeiro na TV e nos palcos da Canção Nova e pelo Brasil afora. Mas este momento de ausência tem um "para quê". Leia um trecho da postagem dela:

"Em Janeiro deste ano, solicitei ao conselho da Comunidade Canção Nova um tempo para uma retomada de vida pessoal, motivo pelo qual me afastei da mídia, das redes sociais, dos eventos internos e externos. Fui atendida prontamente e recebi toda ajuda necessária para esta restauração.

Eu não tive depressão ou qualquer outra doença que pudesse caracterizar uma limitação física ou psicológica, apenas verifiquei que depois de toda a minha doação na missão, precisava dedicar mais tempo à minha família, à comunidade a qual pertenço e o mais importante, precisava de uma retomada na minha vida espiritual." (Eliana Ribeiro, via Facebook)

Foi um sinal de vida permitido por ela mesma e pelo Senhor, como se fosse um acordo, tipo: "Senhor, é só um 'oi', mas vou continuar a me refazer". Eu interpretei assim. Não é fácil admitir que é preciso se refazer, principalmente para artistas como nós. A gente passa por tanta coisa, por tanta dificuldade e prossegue, mas chega um momento que a gente acostuma e diz: "Dá pra continuar, vamo pra cima!". Muitas vezes, este é o nosso erro. O demônio por várias vezes nos faz perecer ou cair, não é simplesmente pela batalha que travamos, mas pelo cansaço da batalha que travamos. Não percebemos o nosso próprio cansaço, nossos próprios ferimentos.

Vejo que nós não temos tanta sabedoria assim. Nós, artistas? Não temos mesmo! Não somos tão sábios. Nossa própria veia artística, nosso otimismo aflorado nos trai de forma constante, nossa autossuficiência. São Paulo mesmo já dizia que nós "carregamos este tesouro em vasos de barro". Mas temos chance, temos coragem! E é essa coragem que nós precisamos usar, para nos retirarmos na hora de Deus, porque Ele é sábio, nos incomoda por dentro e usa da nossa própria coragem para nos alcançar. Já dizia o Jurandyr Mello no seu samba:


"Também preciso me retirar, a minha sede saciar,
na fonte de todo amar;
As minhas forças em Ti renovar, sozinho não posso continuar,
 vem meu viver resgatar"
(Música Sede de Amar - Marcelo Gomes / Codimuc)

Um retiro espiritual de tempos em tempos é uma boa respirada pra um ministro de música. Um diretor espiritual é fundamental. Cada músico tem um jeito de viver a fé e a espiritualidade. Se você achar que só um retiro não serve, e se ver na necessidade de fazer como a Eliana, busque um bom acompanhamento e vá em frente.

Pode ter gente que ache que sair de cena é correr o risco de não voltar a bombar e ser conhecido, mas isso é próprio de um profeta, de um ministro de música, que não tem fã-clube, não tem fama, não tem glórias. Tem apensas uma missão. Vários grupos passaram por isso. Aqui vão alguns exemplos:

- Banda Canção Nova - Foi desfeita na década de 90 pelo Monsenhor Jonas Abib. Até hoje vem gente me falar que viu o Dunga na lanchonete da CN vendendo pão de queijo depois que a banda acabou. E olha onde ele está hoje. E o que dizer da Adriana Arydes? Deus é fiel, e ele também foram!

- Banda Vida Reluz - Depois de um tempo de espera, Pe Joãozinho faz a apresentação do CD Deus Imenso resumindo o tempo em que eles precisavam se refazer. Também estão dando frutos até hoje.

- Por falar em frutos, a Missão Mensagem Brasil também viveu podas e momentos de retirada. O CD Frutos (1998) é a resposta para o retorno deles, depois de tudo o que passaram. Estão aí, firmes. Poderia falar de muitos outros aqui, mas fica a pergunta:

Como estou hoje? Preciso me retirar? É o momento?

O tempo vai dizer. O Espírito vai soprar. Cabe a mim e a você, ouvir e obedecer o Espírito.

Um abraço!
Orlando Junior - Canção Nova
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